ÁGUAS E LIBERDADE
Passando os dias sem sua presença,
Respirando apenas para nutrir
Esse corpo sem sentir seu calor,
Fazem minhas lágrimas seguirem
Porque esses dias são infindáveis
Fecho os olhos para não presenciar
O dia anoitecer
Adormecer é consequência
Do organismo cansado
E já quase escasso
Das salgadas gotas intermináveis
A mente aguça a pineal
Nessa minha fase presidiária
A lembrança torna-se colméia
E cada poro na carne
Parece-me a sina fatal
Desse incansável sentimento
De somente te amar
Peço-lhe a chave dessa prisão
O entrelaçado das garras
Faz-me sentir como uma fera
Que somente a liberdade
Deste sofrido coração
Deseja sempre sentir
Seu cheiro, sua aura, sua alma
E somente o hábeas corpus
Dessa situação
Terá nova vida
E que a saudade seja
Algo de um passado
Apenas de expiação
ORLANDO GALOTTI JR.
15/07/2008
15/07/2008